Netflix sob ataque

Anúncio da Disney sobre criação do próprio serviço de streaming reforça crescente concorrência ao monopólio da maior empresa do ramo

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ALVO Cena de “Star Wars”: franquia está em disputa por gigantes (Crédito: Divulgação)

As 125 milhões de horas de filmes e séries assistidas diariamente ao redor do mundo por assinantes da Netflix podem cair consideravelmente a partir de 2019, quando a Disney pretende inaugurar seu próprio serviço de streaming e retirar seus produtos do catálogo da marca que hoje domina as transmissões de vídeo sob demanda. Com 104 milhões de assinaturas ao redor do mundo, a Netflix vê seu império ameaçado não apenas com o anúncio da Disney, mas também com a criação de outros serviços, como a Amazon Prime Video, concorrente direta lançada no Brasil em dezembro de 2016. Para Diego Oliveira, professor de Mídia e Dados da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), os novos rumos do mercado vão beneficiar o consumidor final, o grande alvo das empresas. “Haverá uma oferta maior, mais possibilidades de escolha, e os serviços terão que criar novos pacotes de adesão para se adaptar ao cotidiano do cliente”, diz.

Bolo dividido

A saída da Disney significa a perda de títulos de peso como a franquia “Star Wars”, os filmes de super-heróis da Marvel e vários sucessos infantis do estúdio de animação Pixar. Os dois primeiros, inclusive, são alvo de uma negociação para que se mantenha o direito de exibição. Em comunicado, a Netflix afirma que essa questão afeta apenas os assinantes dos Estados Unidos e que continuará fazendo negócio com a Walt Disney Company “globalmente em muitas frentes”.

Especula-se, porém, que com o tempo a mudança afete também o público de outros países. Para Oliveira, o surgimento de concorrentes é um caminho natural, ainda que a marca seja pioneira e tenha criado uma revolução no consumo de entretenimento. “Uma vez que a população criou o hábito de consumir o serviço de streaming, outras propostas tendem a surgir. É normal em qualquer negócio, o bolo vai ser dividido.” Ainda com a ameaça da concorrência, a Netflixcontinua a maior marca do ramo, com valor de mercado de US$ 74 bilhões.

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Disney, mas só até 2019 (Crédito:Divulgação)