Só 22,83% dos entrevistados em pesquisa apontam que “nunca” dirigem nesse estado. Campanha ‘Não dê carona ao sono’ alerta para o perigo.

(Foto: Ecovias/Reprodução)
(Foto: Ecovias/Reprodução)

Uma pesquisa da Academia Brasileira de Neurologia aponta que 86,6% dos entrevistados já sentiram sono enquanto digiriam em estrada. Desses, 40% afirmaram que fizeram zigue-zague com o carro por causa disso e outros 23,4% relataram que chegaram a sair da pista sem perceber.

Os perigos de dirigir com sono são alvo de uma campanha que acontecerá nas rodovias de São Paulo a partir desta sexta-feira (17). Com o slogan “Não dê carona ao sono”, ela terá ações em pedágios e em pontos de parada e descanso.

“A sonolência pode ter as mesmas consequências do uso de álcool na capacidade de dirigir”, alerta a academia.

Segundo os especialistas, ela reduz a atenção, aumenta tempo de reação e compromete a tomada de decisões, independente de o motorista cochilar ao volante ou não.

Fonte: Abramet
Fonte: Abramet

Dirigem mesmo com sono

Para conhecer o comportamento dos condutores que acreditam que tenham problemas para dormir, a ABN entrevistou 495 pessoas por meio de questionário online entre fevereiro e o início de março.

A maioria afirmou que procura dormir entre 7 e 8 horas por dia, mas, na realidade, descansa somente por 4 a 6 horas. A insônia foi o distúrbio do sono mais apontado.

Entre os entrevistados, 25% se sentem privados de sono ‘frequentemente’. Pior: 90% assumiram que costumam dirigir mesmo após uma noite de sono ruim.

A porcentagem dos que afirmaram que dirigem com sono “frequentemente” foi de 6,87%. Apenas 22,83% dos motoristas apontaram que “nunca” dirigem nesse estado.

Dos quase 90% que disseram já ter sentido sono ao dirigir na estrada, 39,8% afirmaram que isso aconteceu “algumas vezes” e 10,3% escolheram a opção “frequentemente”.

E 16% dos participantes já se envolveram em acidente por causa disso.

Parar para tomar um café é o “remédio” mais citado pelos que sentiram sonolência ao volante, seguido por ligar o rádio, mascar chiclete ou cantar.

Fonte: Abramet
Fonte: Abramet

Poucos percebem apneia

Um dos transtornos do sono mais frequente, com prevalência de cerca de 33% na cidade de São Paulo, segundo a academia de neurologia, é a apneia obstrutiva do sono (AOS).

Nessa condição, a garganta relaxa durante o sono de forma a interromper a passagem de ar para os pulmões. A pessoa precisa acordar brevemente para respirar melhor, voltando a dormir em poucos segundos. Essas interrupções podem se repetir mais de 60 vezes por hora, levando à fragmentação do sono.

Fadiga, sonolência diurna e déficit da atenção e da concentração, portanto, são consequências naturais e indivíduos com AOS apresentam risco até 7 vezes maior de acidentes.

Além do risco de acidentes, a doença aumenta a probabilidade de arritmias cardíacas, pressão alta, ataque cardíaco e AVC.

Fonte: Abramet
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